Permanecer em Deus

Orações, Pistas, Textos, Frases, Subsidios...

Tuesday, November 25, 2008


Oração do amigo


Senhor,
faça que eu partilhe a vida com meus amigos.
Que eu seja tudo para cada um deles.
Que a todos dê a minha amizade,
a minha compreensão,
o meu carinho,
a minha simpatia,
a minha alegria,
a minha solidariedade,
a minha atenção,
a minha lealdade.
Que eu os aceite e os ame como são.
Que eu seja um refúgio poderoso e um amigo fiel.
Faça com que permaneçamos unidos(as), para a eternidade.
Que essa amizade floresça sempre
como um belo jardim,
para que possamos lembrar-mo-nos
com gratidão.

Que sejamos todos cúmplices de bons
e maus momentos.
Que eu possa estar presente
sempre que precisarem,
mesmo que seja só para dizer:
"Olá , tudo bem contigo?"

Senhor!...
presente no meu coração!
Eu peço que continue a guiar-nos,
amparar e proteger. Amen!

Wednesday, November 19, 2008




"Tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence.

Mt 25, 25

Dar(-me)


Entre o ter e o dar dividimo-nos ao longo de toda a vida. Muitos julgam que só podem dar quando tiverem em abundância, e outros tantos planeiam ser muito generosos se lhes sair o euromilhões. É tão fácil esquecer que as maiores dádivas quase nunca têm a ver com quantidade ou com coisas materiais. No fundo, o que temos que não nos tenha sido dado? A começar pela vida, passando pelo dom da amizade e o milagre do amor, é importante o nosso trabalho e esforço, mas quanto existe de dádiva que dependeu mais de outros do que de mim? Concordo com o Einstein: “o valor de um homem reside no que dá e não no que é capaz de receber.”


Jesus bem insiste na batalha contra o medo. E também há o medo de dar, de confiar (que é dar-me a alguém), de correr riscos por algo maior. Porque o dar implica deixar de ser dono de algo (e somos verdadeiramente donos de quê?). Tempo, dinheiro, saúde, fama, coisas que consideramos tão essenciais, mas tão facilmente se esboroam perante a inevitabilidade da morte. Irvin Yalom, um psicoterapeuta norte americano, defende que é o medo da morte e do esquecimento que nos impede de viver verdadeiramente: “Se sente que o terror do esquecimento lhe rouba a alegria de viver, talvez esteja a viver mal, talvez não esteja a dar-se o suficiente, a estender a mão aos outros, a partilhar com eles as suas descobertas”, afirma. Quando pensamos e agimos dependentes do medo é difícil o salto generoso e aberto que toda a dádiva implica. Medo do outro, do que pensa diferente, da novidade, da conversão, do compromisso: quantos medos podemos descobrir? E quando o medo vence, enterra-se sempre uma riqueza!


Num tempo em que a mulher era pouco considerada, é espantoso o elogio da mulher trabalhadora do Livro dos Provérbios. Como se a sabedoria de Deus se revestisse com os seus traços! Perante o seu incansável trabalho e generosidade, um pedido que permanece actual: “Dai-lhe o fruto das suas mãos, e suas obras a louvem às portas da cidade”. Grande e ousado o risco da Escritura em apresentar a mulher como modelo de trabalho e de dádiva! E quantos medos ainda persistem em reconhecê-lo, dentro das paredes de casas e instituições, longe e perto de nós?! Quem não aprendeu e cresceu na alegria de dar com as nossas mães, com as mulheres das nossas vidas? Não só a dar mas a darmo-nos, com o enlevo de quem gera vida nova e a oferece ao mundo? Deve ser por acaso que foram servos e não servas quem recebeu os talentos da parábola. Talvez pelas dificuldades ou pela capacidade de alargar o coração, dificilmente uma mulher enterraria o talento recebido!


P. Vítor Gonçalves